A identidade de gênero é um fenômeno social que se constitui a partir do papel que o individuo estabelece na sociedade e como ele se reconhece. O gênero independe do sexo e está relacionado à identidade com a qual uma pessoa se identifica ou se autodetermina. Para além das questões biológicas e sociais, estão os assuntos relacionados à atração sentimental e sexual que um indivíduo sente por outro(s) que determina a orientação sexual. Portanto se biologicamente estamos limitados a ser menino ou menina, quando o assunto se estende ao social e sentimental essas possibilidades se multiplicam.

Atualmente, a sociedade ainda resiste às mudanças decorrentes da construção da identidade de gênero cada um. A incompreensão da diversidade de gênero gera uma série de problemas e o surgimento de sentimentos negativos ou atitudes como a exclusão, culpa, medo e vergonha.

Stonewall In, NY.

Hoje, 28 de junho, comemora-se o dia Internacional do Orgulho Gay devido à revolta de Stonewall em 1969, em NovaYork onde um grupo gay resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais. Durante a madrugada deste dia o grupo resolveu se manifestar permanecendo confinados dentro do bar Stonewall In por vários dias. A partir disso, houve uma crescente mobilização de gays, lésbicas e simpatizantes que juntaram-se a eles apoiando a resistência. Esse episódio passou a ser considerado como o dia da libertação gay. No Brasil, multidões colorem as ruas de diversas cidades para reivindicar cidadania e direitos pela luta contra a homofobia na Parada Gay.

 Psicologia, Gênero e Orientação Sexual:

De acordo com a Resolução 001/99 de 22 de março de 1999, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estabeleceu as normas de atuação dos psicólogos em relação à questão da orientação sexual. Este documento deixa claro que a homossexualidade não é doença. Desta forma, os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. O dever dos psicólogos é contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.

Em janeiro de 2018, considerando que segundo os princípios constitucionais todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza o CFP torna pública a Resolução 01/2018. Esta publicação estabelece normas de atuação do psicólogo em relação as pessoas transsexuais e travestis. De acordo com esse documento, dentre outras questões, fica determinado que o psicólogo não exercerá qualquer ação que favoreça a patologização das pessoas transexuais e travestis. O profissional de psicologia não se utilizará de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminações que essas pessoas possam vir a sofrer.

A equipe PsiAlternativas tem muito orgulho em trabalhar de acordo com os princípios éticos da profissão, especialmente aqueles que ensinam a não discriminação e a promoção e bem-estar das pessoas e da humanidade.